Existem semelhanças entre a vida humana e a agricultura. O próprio
nascimento serve como analogia. Um útero é fecundado, vem o período
de gestação silenciosa onde o feto vai se desenvolvendo lentamente
até o momento do parto. Segue-se um período gradual de crescimento,
amadurecimento, envelhecimento e morte. Tudo é misteriosamente
poético. Mistério da criação, poesia da vida. É Deus escrevendo a
história.
Não é assim com a terra? O solo é fecundado pela semente. Vem um
silencioso período de gestação e a semente brota. A planta nasce,
cresce, frutifica e morre. É lindo e misterioso. No silêncio de dias
e noites, chuva e sol, frio e calor, a terra dá o seu fruto.
Não é menos belo o que fazemos na vida. Muitas semeaduras humanas
são feitas em meio as lágrimas. Lágrimas que fertilizam e regam o
que plantamos. E então, como um agricultor experiente respeita o
mistério da natureza e espera pacientemente o momento de colher o
fruto, aguardamos.
Lágrimas nem sempre são sinais de desespero, às vezes emitem
esperança. No tempo apropriado transformam-se em risos. No jubiloso
tempo da colheita.
Pai, meu espírito perscruta Teus insondáveis mistérios. Calo-me em
adoração. Como aprendiz de lavrador olho para o céu, aguardo e
clamo. Dê-me paciência Senhor. Amém!
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