domingo, 12 de dezembro de 2010

ADORAÇÃO – A QUEM ESTAMOS SERVINDO?


At 13:2 "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado."

Desde princípios da década de 1980, a Igreja brasileira, em praticamente todos os seus segmentos, começou a experimentar uma mudança intensa na área que se convencionou chamar de "adoração". Por influência de alguns fortes moveres do Espírito Santo, passamos a redescobrir o significado da adoração e o papel da reunião congregacional como um momento importante para expressarmos o nosso amor por Deus. Através de alguns homens e mulheres de Deus com habilidades musicais, que se aventuraram ousadamente no meio fonográfico, essa influência alastrou-se por quase todas as congregações em nosso país.

Infelizmente, essa influência terminou antes que pudesse ser concluída uma obra de reforma na visão da Igreja brasileira como um todo. A prova mais forte disso é que, em termos práticos, adoração ainda permanece como um conceito fortemente vinculado à música. Entre em qualquer loja de CD’s e você encontrará a expressão "louvor e adoração" designando um estilo musical. Para a maioria das pessoas, seria um absurdo falar em adoração num contexto onde faltassem músicos, cantores, instrumentos, etc.

No texto que citamos acima, a palavra servindo (grego leiturgeo, de onde procede a palavra liturgia) poderia ser traduzida como "adorando". É assim que a Nova Versão Internacional, uma das melhores versões modernas do Novo Testamento, a traduz. No entanto, não encontramos no texto qualquer referência específica à música. Além disso, se a palavra leiturgeo pode ser traduzida tanto como "servir", "ministrar" (como diz outra versão) quanto adorar, será que não existe nisso um ensino sobre o significado da adoração que está passando desapercebido aos cristãos da musical Igreja brasileira de fins do século XX?

Num dos seus aspectos centrais, adorar significa servir. Você já deve ter experimentado receber alguém querido em sua casa, a quem você passou a servir. Nesse contexto, qual foi seu comportamento? Não foi o de instalar confortavelmente o convidado, procurando oferecer a ele o que você tinha de melhor, perguntando pelos seus gostos e necessidades? Você não ofereceu a ele um banho, não perguntou se ele tinha sede, não providenciou uma refeição? Ao saber que o time dele estava jogando uma partida decisiva, você pediu ao seu filho que parasse de brincar com o videogame, para que o hóspede pudesse assistir ao jogo, apesar de não ser o seu time.

Aquele a quem servimos ocupa o centro das nossas atenções. Nossa preocupação é com o seu bem-estar, com seu conforto, com aquilo que o agrada. Pois bem, este parece ser o elemento mais ausente naquilo que convencionamos chamar de adoração!

Nesse texto de Atos, vemos um grupo de homens ocupados em servir ao Senhor. Estavam diante dEle, preocupados com Ele, perguntando pelas Suas necessidades; nesse contexto, é de se espantar que o Senhor fale? Claro que não! Ele falou porque tinha gente ali com o coração nEle, prestando atenção!

Precisamos sondar nossos corações. Quanto da nossa "adoração" tem enfocado não o Senhor e suas necessidades, mas nossos gostos e preferências? Pensando em termos de reunião congregacional, quantas vezes aquilo que chamamos de um "tremendo período de adoração" não passou de um momento em que nossa alma foi "massageada" pelos cânticos de que mais gostamos? Cheque sua atitude: e quando os cânticos não são os que você gosta?

Antigamente, quando nosso entendimento sobre adoração era ainda muito limitado, nós cantávamos para os pecadores. Eles eram o centro de nosso culto. Paramos com isso, mudamos letras e melodias, mas será que o homem não continua ocupando o centro de nossos cultos? Não cantamos mais para os pecadores, mas cantamos para nós mesmos.

Quanto do entusiasmo que você demonstra na adoração é despertado pela visão do Senhor que está inundando o seu espírito? Ou será que é a performance do músico que desperta seus gritos de júbilo? Precisamos aprender a diferenciar essas coisas, porque o Senhor nos destinou para um relacionamento exclusivo com Ele, e Ele não está disposto a dividir com outras coisas a atenção que deveria receber de nós! A música é um importante veículo para nos conduzir à adoração.


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